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Páscoa em Portugal? As tradições no país e no mundo

A Páscoa em Portugal é um dos momentos mais importantes do ano para muitas famílias. Saiba quais são as principais tradições, no nosso país e nos diferentes pontos do globo, e inspire-se com os pratos e doces mais típicos da época.

Páscoa em Portugal: como se celebra aqui e no mundo

Independentemente das convicções religiosas, a Páscoa é muito popular no país. Celebrada pelas famílias portuguesas, é uma das alturas do ano em que todos se reúnem à volta da mesa para conviver e experimentar iguarias culinárias, como o borrego, os folares ou as amêndoas. 

Mas os pratos que se encontram na mesa não são iguais, de norte a sul do país. Há diferentes rituais e encontros, transmitidos de geração em geração, num legado único, de lugar para lugar. Descubra connosco quais são as tradições da Páscoa em Portugal.

Minho

O compasso, um grupo liderado pelo pároco local, carrega um crucifixo e percorre as casas para as benzer. É lá que estão vários pratos típicos à espera do religioso: das bolas recheadas, passando pelo folar (que aqui é doce e conhecido por “pão doce” em Vila do Conde e na Maia) e chegando ao cabrito. Há ainda as broinhas ou pão de ló, o afamado bolo de Margaride (Felgueiras) e os borrachos (pequenos fritos de ovos, açúcar, pão ralado e canela, típicos de Valença do Minho). É nesta região, mais precisamente em Vizela, que encontramos o famoso pão de ló de Vizela (ou bolinhol) — uma receita de família que terá surgido em 1880, pela mão de Joaquina Ferreira da Silva, e que, em 2019, foi considerada uma das 7 maravilhas doces de Portugal.

Mas há diferentes tradições nesta época. Por exemplo, em algumas freguesias de Ponte de Lima e Viana do Castelo, celebra-se o jantar do mordomo da cruz — um banquete que reúne toda a freguesia e onde se elege um mordomo, que tem como tarefa transportar a cruz e pagar o almoço a todos.

Em Braga, a grande festa é na Quinta-Feira Santa, com a procissão do enterro do senhor, cujos protagonistas são os farricocos — homens descalços, de cabeça tapada, com túnicas roxas apertadas na cintura e que desfilam, empunhando tochas, a evocar as práticas de arrependimento dos penitentes públicos, ritual comum até ao século XVI.

Trás-os-Montes

A festa começa com o folar que, recheado de carne de vitela, frango, coelho, porco, presunto e rodelas de salpicão, enriquece a massa com a sua própria gordura. Pode ser grande e alto, como em Bragança ou Mirandela, ou achatado e pequeno, como em Freixo de Espada à Cinta.

Junto à fronteira com Espanha, em Montalegre, faz-se uma encenação da queima do Judas — os bonecos que representam o famoso apóstolo são queimados, esquartejados, apedrejados, afogados ou enterrados, num espetáculo que ensaia uma espécie de auto-de-fé popular.

Beiras

Aqui, o folar é feito com canela e erva-doce, enfeitado por um ou vários ovos cozidos ou coloridos. Na Covilhã, degustam-se as empanadilhas da Páscoa (doce em forma de meia-lua, recheado de nozes ou amêndoas), as broinhas e os bolos de azeite. Na Beira Litoral, antes dos doces, come-se chanfana ou leitão assado, para marcar o fim do jejum da carne.

Por outro lado, em Coimbra e na Figueira da Foz (e, até, em algumas partes do Alentejo), o fim do jejum de carne é feito com o enterro do bacalhau, manifestação teatral de rua que simula um cortejo fúnebre, simbolizando o fim das restrições alimentares da quaresma.

Alentejo

Nesta região, o borrego é o ingrediente principal e aproveita-se tudo. Com o sangue e as vísceras, faz-se o sarapatel e as mioleiras também são bastante apreciadas. Seguem-se as queijadas, os bolos fintos e, claro, o folar.

Em Elvas, o folar tem a forma de lagarto, borrego, pintainho ou pombo e é decorado com amêndoas brancas e ovos cozidos. Por outro lado, em Castelo de Vide, tem a forma de duplo coração. Nesta vila, no Domingo de Ramos celebra-se a bênção dos ramos e a procissão dos passos do senhor. Na manhã seguinte à Sexta-feira Santa, a tradição judaica fala mais alto, com os pastores da região a invadirem o centro da vila com os rebanhos, que são benzidos e vendidos para comporem a ementa pascal.

Algarve

Em São Brás de Alportel, no Domingo de Páscoa, a primavera toma conta das ruas com a festa das tochas floridas, uma procissão com os santos em andores e enche as ruas de alecrim, rosmaninho, alfazema e flores campestres. Compõem o quadro as colchas brancas e vermelhas nas varandas e as tochas nas mãos, para comemorar a ressurreição de Cristo.

Um pouco mais abaixo no mapa, o que também adoça a boca é o folar de Olhão, também conhecido por folar de folhas, que junta canela, açúcar amarelo, limão e manteiga. Uma iguaria considerada, em 2019, uma das 7 Maravilhas Doces de Portugal.

O que pode fazer em sua casa?

O símbolo da Páscoa é o borrego, associado à religião judaico-cristã. Na Páscoa hebraica, previa-se anualmente o rito de imolação de um cordeiro por família, segundo a prescrição de Moisés. Na religião católica, o cordeiro imolado deixou de ser um animal que se sacrifica, mas sim o próprio Cristo para salvar os homens.

Tradicionalmente consumido nesta época, aprenda a cozinhá-lo e explore a nossa seleção de receitas de borrego com várias opções para si nesta Páscoa.

Criado, sobretudo, nos pastos da Beira Baixa e do Alentejo, o borrego vendido nas lojas Pingo Doce cresce em contacto com a natureza, com respeito pelo seu bem-estar e pelo meio ambiente, garantindo, assim, as suas características únicas.

O cabrito é também um dos alimentos que mais se associam a esta época, tendo especial destaque no Domingo de Páscoa, quando termina o jejum de carne das sextas-feiras anteriores. A tradição é judaico-cristã, vinda da narrativa de Moisés e do ritual sacrificial de cabritos (crias de cabra e bode) e cordeiros (ou borrego, cria de ovelha e carneiro).

Para finalizar a refeição, típico na Páscoa são os folares. Tradicionalmente consumidos nesta altura, são um presente habitual de padrinhos para afilhados. A massa de pão enriquecida resulta num bolo seco, pouco doce, complementado pelos ovos inteiros com casca, previamente cozidos e envoltos em tira de massa do folar, geralmente em forma de cruz. Os ovos simbolizam o recomeço, em tempos de ressurreição. Podem ser doces ou salgados, dependendo da região do país.

Não perca as nossas receitas de doces da Páscoa, que incluem os populares folar de ovos, folar de erva-doce ou o folar de Chaves à moda do chef.

Páscoa no mundo: como se celebra

Não é apenas em Portugal que esta ocasião festiva acontece. Entre procissões, almoços em família, missas, amêndoas e ovos de chocolate, as tradições da Páscoa variam conforme os países e regiões do globo.

Estados Unidos: No Domingo de Páscoa, as crianças vão à caça de ovos coloridos, com doces que o coelhinho da Páscoa deixou escondidos. As cores usadas são as mais associadas à primavera: o rosa, o amarelo, o verde e o laranja

Espanha: Como na semana santa não se pode comer carne, o prato típico chama-se potaje de vigília e leva bacalhau, grão e espinafres ou acelgas. Além deste prato típico, fazem-se procissões e reconstituições da via sacra por todo o país. A tradição é especialmente forte na Andaluzia, uma das regiões mais católicas. A semana santa de Sevilha é especialmente famosa e atrai milhares de pessoas.

Reino Unido: Além do aspeto religioso, com cerimónias nas igrejas e decorações com folhas de palmeira (palmas), também os ovos da Páscoa fazem parte da tradição no Reino Unido. No Domingo de Páscoa, as crianças vão à caça dos ovos que o coelhinho escondeu. Na Escócia, é tradição fritar um ovo de chocolate recheado de fondant. A caça aos ovos é uma das tradições mais comuns.

França: Come-se o borrego no Domingo de Páscoa, tal como em Portugal. De manhã, as crianças vão à caça dos ovos que, em vez de serem deixados por um coelho, são largados por sinos voadores. A mesa de Páscoa é alegre, decorada com flores e vários pratos típicos, como forma de boas-vindas à primavera.

Argentina: Neste país, não há caça aos ovos nem coelho da Páscoa. A maior tradição na Argentina é a enorme peregrinação à cidade de Tandil. Em vez das folhas de palmeira, são os ramos de oliveira que são abençoados e distribuídos pelos sacerdotes. À mesa, comem-se as empanadas de vigilia, sem carne, com recheio de atum ou vegetais e, no Domingo de Páscoa, come-se o borrego no churrasco. Quanto aos doces, divide-se um grande ovo de chocolate por toda a família e comem-se roscas, um bolo muito parecido com o nosso bolo-rei.

Brasil: No Domingo de Páscoa, a caça aos ovos faz-se em casa. Há pais que espalham farinha no chão e fazem a marca das patas do coelho a indicar o caminho até aos ovos. Os ovos são apenas de chocolate. No dia anterior, as crianças fazem ninhos para o coelho da Páscoa, em papel ou em palha, e deixam cenouras para que ele coma. O prato mais típico é o bacalhau no forno, normalmente acompanhado de cuscuz ou farofa. As procissões fazem-se em cima de tapetes de flores, folhas e cascas de madeira. No dia da Páscoa, as famílias juntam-se para almoçar e trocar ovos de chocolate.

Para celebrar esta época festiva em Portugal, seguindo os usos e costumes do país, conheça as nossas sugestões de receitas para a Páscoa e aprenda tudo sobre o borrego e os folares, com o Especial Páscoa à portuguesa, na revista Sabe Bem.

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